quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A outra vida



Nada como chegar a casa, despir o fato e tirar a gravata. Os botões de punho regressam à gaveta, põe-se uma t-shirt e nasce uma nova pessoa. Aos poucos, os telefonemas, as conversas de circunstância, as reuniões e os mil afazeres burocráticos vão ganhando distância. Há então lugar para uma nova vida. É o tempo de abrir uma mini, ajeitar a almofada do sofá e vêr um bom jogo de futebol (o que vai sendo raro). Nos dias mais inspirados põe-se a rodar um bom disco de John Coltrane, Ben Webster, Sonny Rollins, ou o menino Brendel se estiver a chover.

Também há lugar para um bom romance. Tudo menos noticiários de faca e alguidar, com HN1, corrupção e crime `a mistura. Fico-me pelos jornais que, devidamente digeridos, vou empilhando num cestinho adoentado.

É muito bom renascer assim ao final do dia.

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