sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Prisão domiciliária

Ficar em casa com uma gripalhada é um transtorno imenso. Não tenho vontade de fazer nada. Um bom livro, um filme, um bom disco, perdem todo o interesse. Passo a estar concentrado nas horas a que tenho que tomar o antibiótico e a zelar pela provisão de lenços. Os telefonemas do trabalho aborrecem. Por vezes fica no ar uma suspeita de que não acautelámos isto ou aquilo.

Em miúdo, normalmente em época de exames, era um excelente praticante do termómetro aquecido no candeeiro. Entretinha-me na casa vazia com as minhas bandas-desenhadas e os westerns. Era o rei da casa. Com um bocadinho de sorte, ao fim do dia ainda podia ser contemplado com uns pacotes de cromos e umas BDs. Hoje em dia, talvez fruto da minha educação, fico com um pequenino sentimento de culpa.




Sombras sem metafísica

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