sábado, 26 de dezembro de 2009

Adopção de crianças por casais homossexuais - a Engenharia Social está de volta

Sombras IV

Já muita tinta rolou sobre a questão do casamento homossexual. Aliás, foi um dos temas abordados nas longas horas de permanência à mesa na noite de Natal. Alguns mostraram indiferença, outros acharam uma inevitabilidade da chamada "vaga de modernidade", outros deixaram transparecer uma concordância disfarçada. Estou convencido que o PR não pedirá sequer ao TC que se pronuncie sobre esta alteração legislativa, em nome do seu preverso sentido de equilibrio institucional. Cavaco ainda deve achar que ainda é cedo para se degladiar com o Governo e teme ser desagradável. Ao que parece, o homem anda obcecado com o déficit e não tem tempo para "minudências".

Será que alguém ainda se lembra do que o PR disse sobre "a família", na altura em que se discutia a questão da celeridade dos processos do divórcio?

Mas a questão central de todo este processo será a possibilidade de casais homossexuais poderem adoptar. A porta está aberta, e será dificil travar o processo. Tudo começa assim, com uma enorme generosidade por parte do legislador. Dentro de pouco tempo teremos sociólogos, pediatras e os habituais escrutionadores da "modernidade" a dizerem que as criancinhas precisam de amor, que não existe diferença entre ser educado por um casal heterossexual ou homossexual. Alguém se encarregará de nos mostrar a estória do António e do Zé a passearem com o seu filho no Jardim da Estrela. O petiz irá assegurar-nos que é uma vantagem enorme ter dois pais, que até o levam ao futebol, e que já tem uma namorada na escola.

Parece-me óbvio que só alguém muito ingénuo ou distraido é que não compreenderá que os tempos mudaram. Acabou-se, e ainda bem, a "Angustia para o jantar" e os casamentos `que sobreviviam para mera fachada social. Constato com muito agrado que as mulheres se afirmam casa vez mais em lugares cimeiros do mercado laboral e que já não têm que viver subjugadas aos maridos por razões de mera dependência económica. Um homossexual já não sofre as perseguições assassinas da "Age of extremes" (refiro-me, de modo parrticular, ao regime Nazi à Russia Soviética) e afirma-se, como qualquer um, no seu meio profissional. Naturalmente que existe discriminação, sobretudo no meio familiar, mas não será este o caminho para resolver o problema.

Mas voltando ao assunto. No meu circulo de relações, verifico que nenhum dos meus amigos homossexuais estará interessado em casar-se com o seu companheiro. Vivem de acordo com as suas opções e não se queixam de discriminação. Nenhum deles considera que o casamento, numa praia ou num lugar baladalado como o Lux, com a deida cobertura mediática,  possa acrescentar alguma coisa à sua existência e opções. Abominam as "Love Parade", que mais não são do que formas de exibicionismo serôdio e não estão nem aí quanto à questão da adopção.

Enquanto os jornais nos vão dando a conhecer estórias de "happy couples" no México (Católico) e por essa Europa fora, temos que aturar todos os dias os deputados da Nação na AR, cheios de vocabulário feito e com a cartilha arrumadinha.

Mas o que eu gostaria de saber é o que é os Senhores do Ministério da Educação estarão a engendrar em matéria de educação sexual nas escolas. Vão mostrar um catálogo de vários modelos de "happy family" ao meu filho, como quem manuseia um catálogo de cortinas? Parece-me que a engenharia social está de volta.

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