Na passada Quinta-feira, o Tribunal Intermacional de Haia deu o seu aval à independência do Kosovo. Em pouca palavras, veio dizer que a proclamação da independência por parte deste micro-território balcânico, em Fevereiro de 2008, não está em contradição com o Direito Internacional, porque a mesma se registou num contexto de violação dos direitos humanos.
O que poderia assemelhar-se a uma pequena nota de rodapé na época estival, terá consequências significativas para a Europa e para o Mundo. Até ao momento, apenas 69 Estados reconheceram a independência do Kosovo. Mas é provável que se venha a acelerar o processo de admissão nas NU. E tudo isto graças ao alto patrocínio dos EUA.
China, Rússia e Índia opõem-se, por razões domésticas, a este processo. Na Europa, a Espanha figura entre os princípais resistentes a este processo. Zapatero já veio a público dizer que se trata de um caso singular, cuja independência se fica a dever à limpeza étnica e a uma guerra sangrenta. Mas Lady Ashton, que se está nas tintas para as dores de parto ibéricas, referiu que o único caminho que se apresenta pela frente para o Kosovo e Sérvia será a entrada na U.E.
Os nacionalistas catalães vacticinaram de imediato que esta decisão do Tribunal de Haia será a chave para a sua independência. Creio que o mesmo se aplicará a outras regiões europeias, para quem esta decisão "cai que nem ginjas".
Quem já passou por Pristina e pelo Kosovo, sabe que este Estado é uma micro-ficção: ausência de líderes políticos, corrupção ao mais alto nível, traficos de toda a ordem (a mim disseram-me que com 1000 USD me arranjavam tudo o que eu pudesse imaginar), 60% de desemprego, economias paralelas, ausência de infraestruturas...
Dentro de alguns anos veremos os estilhaços produzidos por este momento "histórico".
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