quinta-feira, 3 de março de 2011

No deserto

De Costa Gomes aos Governos PSD e PS - de forma progressiva ou mais matizada - deixamo-nos encantar pelo fascínio do execrável Kadaffi. A tenda do berbere passou a ser ponto de passagem obrigatório de muitos homens do do "import-export" luso e da realpolitik. Na senda da cartilha internacional, acreditámos na redencao do bombista. Com o coraçao repleto de sentimentos piedosos, passou-se um esfregao sobre o atentado de Lockerbie.

Figuras de Estado com responsabilidade na política europeia, chegaram a apresentar o caso Líbio como um caso a ser seguido por alguns países árabes.

Por aqui, achámos exótica a presenca do pretenso líder pan-africanista pela Cimeira UE-Africa, em Lisboa, (com tendas e guardas amazonas) e quiçá a presidência da Comissao de Direitos Humanos.

Em tempos de crise, abrimos ,"comme il faut",  Embaixada em Tripoli. Profetizaram os mais ingénuos (ou maquievélicos) que o berbere era um homem de uma estirpe diferente de Saddam e que os confrontos musculados da era Regan eram águas passadas.

Rapidamente desvalorizámos o celebre "episódio" das enfermeiras búlgaras e as denúncias de algumas ONGs mais "ousadas" como AI ou a HRW. Os resultados estao à vista. Agora somos todos indignacao e solidariedadezinha para com a populaça que é carne para canhão. Nós e .... outros.

Resta perguntar se Portugal fechou algum negócio decente durante este período. Franceses, alemaes, ingleses e italianos (e ao que tudo indica espanhóis) nao se terao saído mal de todo.

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