quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Cavalheiro, onde é que devo pôr as suas armas?

- "Então, quer mandar fazer oitenta cartões neste papel gramado e encomendar a mesma quantidade de envelopes da Canson? Muito bem cavalheiro, e onde é que devo mandar gravar as armas?

- Armas?

- Sim as armas da sua família?

- Meu caro Senhor, o meu Avô,que era um bom burguês, deixou em testamento um par de pistolas que estão na posse do meu Pai."

(Conversas numa gráfica em Campo de Ourique)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

À "lareira com Castela"


Por razões pessoais, tenho-me vindo a sentar  com regularidade "à lareira com Castela", para citar uma frase de António Sardinha. Tem sido uma excelente experiência, tanto mais que sou um amante da barra espanhola. Creio que até hoje ainda não foi inventado melhor spa para sessões psicoterapeuticas. À minha custa, tenho aprendido que o desenrascanso lusitano em matéria linguística pode causar alguns incidentes e amargos de boca.  Deixo aqui uma pequena lista de temas a "evitar" (ou talvez não) em conversas amistosas com "nuestros hermanos", em Madrid. A receita só funciona se for um simpático compulsivo.

- religião;
- terrorismo;
- desemprego;
- outros clubes que não o Real de Madrid;
- Espanha no mundo actual;
-Curro Romero (toreiro);
-  aprendizagem de línguas e a incompreensão do português por parte dos Espanhóis;
- dobragem de filmes;
- Guerra Civil, Franco e República;
-  Família Real;
- os melhores vinhos e queijos;
- regiões autonómicas;

Se a noite for longa, e estiver com "ganas" de provocar, peça ao seu amigo (a) que tente pronunciar as seguintes frases em português: Celorico da Beira, válvula, Carrazede de Ansiães, e "o rato roeu a rolha da garrafa do rei da rússia" (adoram os rrrrrs)

Ao Mário Crespo


Caro Mário,
Confesso que nunca morri de amores pelo seu trabalho. Demorei imenso tempo a fazer a catarse da sua reportagem sobre a detenção de Pedro Caldeira. Embora já me tenha recomposto desse episódio longínquo, continuo a contorcer-me no sofá sempre que o vejo a usar e abusar de cortesia para com alguns dos seus convidados. Sobretudo para com aqueles que têm estatuto de senadores da pátria. Nesses momentos de êxtase, constanto que o MC se transcende - quiçá de forma involuntária - e surge no pequeno ecrã um notável criador de metáforas e que retira da gramática adjectivos adormecidos no tempo. Mas caro amigo, sei que você poderia ser, se assim quisesse, o Tim Sebastien lusitano(BBC World News, Hard Talk). A verdade é esta :  na maior parte das vezes o Mário veste a pele de um cordeirinho manso, mais branco do que a própria neve, mas quando quer..... aperta e aperta a sério!
Directo ao assunto. Adorei a forma como reagiu a esta censura dos tempos modernos. Confesso-lhe que não fazia a minima ideia que escrevia no JN, que aliás nunca compro.
Seria bom que muitos jornalistas seguissem o seu exemplo. Não pelo que se anda a dizer em restaurantes alfacinhas (normalmente concentro-me noutras coisas mais interessantes), mas por o quererem amordaçar. O meu amigo já não tem idade nem estatuto para esse tipo de canalhices. Aparentemente a Manuela foi a primeira.... 
Parafraseando Manuel Alegre: "A mim ninguém me cala!".
Um abraço, FN