terça-feira, 15 de março de 2011

"Le grandeur de la France" na lama - Torneio das 6 Nacoes

Ainda tenho o jogo Itália x Franca (Torneio das 6 nacoes) na cabeca. Foi uma emocao ver a Itália a ganhar à Franca no passado Domingo, por 22-21. Continuo a torcer pelos "pequeninos". 
 
Aqui fica um resumo da delirante imprensa italiana.
 

La Repubblica opened their sports pages with a two-page spread entitled: "Historic Try", with a picture of Italy hero and man-of-the-match Andrea Masi bursting through three French tacklers, although it wasn't the moment he actually crossed the try-line.

"An unforgettable day for Italian rugby at the Flaminio," it said. "Reigning champions France beaten and humiliated for the first time in the Six Nations. "Those who love sport, who are part of a proud minority, know you can wait a lifetime for days like this." Italy's biggest sports newspaper La Gazzetta dello Sport found space on their front page to proclaim: "Historic Italy." "At the Flaminio 30,000 fans were in delirium. France beaten in the Six Nations, (coach Nick) Mallett in tears,"

 it continued.

"History was rewritten in 20 minutes, the last of a game that has already become legend. "Like never before in the Six Nations, like only Grenoble in 1997, the only win in 31 (sic 32) previous games." That last reference was to Italy's only other victory over the French 14 years ago in a friendly test against the then Grand Slam winners.

Inside, the newspaper continued: "Italy awakes. Incredible, we tore France apart.
"It's the biggest win in Italy's history."

La Gazzetta was also harking back to other momentous occasions in the country's rugby past such as the first victory over a Home Union in 1995 when Ireland were beaten 22-12 in Treviso.

And it went on to laud the 40-32 victory over (an admittedly weakened) France in 1997, Italy's Six Nations debut, a 34-20 defeat of Scotland, and their only away victory in the competition in 2007 when they returned from Murrayfield with a 37-17 success.

"Now the heroes of Grenoble are no longer alone," it said.

La Gazzetta couldn't resist reminding the beaten visitors of the Saturday morning headline in France's biggest sports daily L'Equipe, which trumpeted: "Roman Holiday".

In Corriere dello Sport it was a quote from Mallett that made the principal headline. "Emotional Mallett: I've never been so proud," it quoted the South African as saying. Mallett had said: "I was proud of the players after the Ireland and Wales matches, I was very disappointed after England.

"But I'm very, very proud, it's one of my best moments. I've had a lot of luck with teams, I've won many things with South Africa and Stade Francais but this is possibly my proudest day as a coach."

For the Corriere it was such an important occasion that it saw fit to mis-quote Neil Armstrong, the first man on the moon: "A small step for a rugby player, a giant leap for Italian rugby."

A neutralidade "impossível" na Guerra Civil de Espanha

TLS.  

Hacks versus Franco

Was it possible to report neutrally on the Spanish Civil War?


At one time or another between 1936 and 1939, about a thousand foreign correspondents reported on the Spanish Civil War; at least five were killed – one shot by the Nationalists – and numerous others were wounded. About a dozen were imprisoned by Franco’s forces, for periods ranging from a few days to several months. It was, as one of the correspondents later wrote, “a new and by far the most dangerous phase in the history of newspaper reporting”.
Through the pages of this outstanding book stride some of the great correspondents and writers of the period: Ernest Hemingway, John Dos Passos, Arthur Koestler, Arturo Barea, Martha Gellhorn and Herbert Matthews; and a number of others, among them Ilya Ehrenburg, George Orwell, André Malraux and Antoine de Saint-Exupéry, make fleeting appearances. But the correspondents who most concern Paul Preston are those whose work will be best known to readers interested in the Civil War: Jay Allen, George Steer, Louis Fischer, Mikhail Koltsov and Henry Buckley. And even these are only a few of the mainly anglophone and French newspapermen who people this work with their lively presence.
The war was certainly dangerous, but it also raised new challenges for correspondents which resonate to this day. Could journalists be partisan and still truthful? Could they openly aid the side from which they were reporting and still be objective? Were actively partisan correspondents who also reported to their national intelligence services betraying their profession? In short, was each of these a regressive step down a slippery spiral, where “truth” was ultimately sacrificed? As usual in such matters, it is advisable to consider first the circumstances in which these challenges arose. Paul Preston
WE SAW SPAIN DIE
Foreign correspondents in the Spanish Civil War
436pp. Constable. £20.
978 1 84529 851 7


Ronald Fraser’s most recent book is Napoleon’s Cursed War: Popular resistance in the Spanish Peninsular War, 2008.

O Sonho do Celta - um Vargas Llosa menos feliz

Mário Vargas Llosa é um escritor excepcional e o Nobel fica-lhe bem.

Admiro-lhe a coragem política e o lado  de "enfant terrible".  Mas creio que, de forma voluntária ou involuntária, MVL padece de um sindroma incurável:  o "excesso" de produção literária. Pressao das editoras, falta de distanciamento crítico, soberba?  

O Sonho do Celta, o seu último romance, "soube-me a pouco".

Este romance biográfico aborda a vida do diplomata Roger Casement, um dos heróis do nacionalismo irlandês. Casament é uma personagem interessante. Denunciou com coragem o esclavagismo no Congo e Amazónia e, durante a I Guerra, conspirou com a Alemanha, o que lhe valeu uma acusação de traição por parte do Governo de SM. como mandava o figurino na época foi enforcado. 

Nao é preciso ser um génio, ou um profundo conhecedor do percurso biográfico de Casament, para perceber que foi precisamente a condição de homossexual que contribuiu para que só tardiamente entrasse na "galeria dos heróis" irlandeses.

MVL "serve-se" desta personagem como ponto de partida para reflectir sobre a violência do colonialismo europeu, traçando um perfil do "herói" feito do gosto pela aventura e preocupacoes humanistas, não emitindo juízos de valor sobre a sua homossexualidade e supostas práticas pedófilas.

No final, MVL brinda-nos com um suposto caminho de "conversão" do diplomata irlandes ao catolicismo. Passamos do inferno do Congo e da Amazonia para o caminho da luz que se comeca a desenhar num cárcere britanico. Das trevas para a luz e para redencao. Um catolicismo que se funde no mais profundo nacionalismo e que é uma forca de resistencia ao Império britanico.

Para ser franco, creio que nem o leitor mais devoto e paciente aguenta uma viagem tao atribulada.
O Sonho do Celta fica muito aquém do folgo e rasgo de Conversas na Catedral ou mesmo das Travessuras da Menina Má. Trata-se de um livro impressionista, com partes muito desiguais.  Um livro sem golpe de asa.

Muammar al-Gaddafi - best off

"There must be a world revolution which puts an end to all materialistic conditions hindering woman from performing her natural role in life and driving her to carry out man's duties in order to be equal in rights."
Muammar al-Gaddafi

terça-feira, 8 de março de 2011

Coisas de farmácia

- Precisava de uns tampoes para os ouvidos.
- Temos os de cera e os de borracha.
- Qual é o preco?
- Os de borracha sao mais caros 1,8 Eur. Sao os Quies de "cire naturelle"
- Levo os de cera, que já conheco.
Pessoalmente prefiro os de borracha, que dilatam dentro do ouvido. Insónias?
- Nao, o meu filho tem solucos e eu nao consigo pregar olho.
- Merci

segunda-feira, 7 de março de 2011

Mimetismo

Será que o Governo, à semelhanca dé Madrid, também irá reduzir a velocidade máxima de circulacao automóvel nas auto-estradas para 110 e reduzir a iluminacao dos espacos públicos? Será esta a estratégia mais eficaz para fazer face à crise dos combustíveis? Em Portugal já conhecemos de cor e salteado o efeito da liberalizacao dos precos. Já agora, nao seria má ideia contratarem Pedro Couceiro e Pedro Lamy para um spot publicitário em que repitiram com sorriso rasgado : "eu nao adormeco ao volante" e "em casa só uso lampadas de poupanca".

Afectos

Há dias apanhei-me com uma "engenhoca" nos bracos e, nao conseguindo evitar o lado piegas da coisa, sinto-me muito feliz. Bem sei que o conceito de maternidade e paternidade responsável está em voga, com contornos mais ou menos laicos. Nao sei se preencho os requisitos de "responsabilidade" mas, como referi anteriormente, sinto-me feliz. Alguns casais tentam desesperadamente, anos e anos a fio, ter um filho.
Outros, sem qualquer problema de infertilidade, evitam-nos a todo o custo. Estao no seu direito. Ter filhos nao faz parte de qualquer imposicao moral ou legislativa, mas tao pouco é um capricho sentimental descartável. Bem sei que temos crise e desemprego em fartura, mas o que me espanta é o argumento utilizado. Muitos referem-me que nao querem trazer alguém ao Mundo num cenário de tanta violencia, caos climático e incerteza.

Recordo-me de períodos históricos como as guerras liberais, as invasoes napoleónicas ou a I República, em Portugal, as duas Guerras Mundias, a Guerra Civil Espanhola, Guerra Civil Americana, Revolucao Francesa, Chinesa e Soviética, e pergunto-me se os homens e mulheres que se confrontaram com essas viagens ao inferno de Dante também tiveram esses dilemas e inquietacoes metafísicas.

O que é que podemos entender e definir como um cenário de paz, estabilidade e esperanca para trazer alguém ao Mundo?

quinta-feira, 3 de março de 2011

No deserto

De Costa Gomes aos Governos PSD e PS - de forma progressiva ou mais matizada - deixamo-nos encantar pelo fascínio do execrável Kadaffi. A tenda do berbere passou a ser ponto de passagem obrigatório de muitos homens do do "import-export" luso e da realpolitik. Na senda da cartilha internacional, acreditámos na redencao do bombista. Com o coraçao repleto de sentimentos piedosos, passou-se um esfregao sobre o atentado de Lockerbie.

Figuras de Estado com responsabilidade na política europeia, chegaram a apresentar o caso Líbio como um caso a ser seguido por alguns países árabes.

Por aqui, achámos exótica a presenca do pretenso líder pan-africanista pela Cimeira UE-Africa, em Lisboa, (com tendas e guardas amazonas) e quiçá a presidência da Comissao de Direitos Humanos.

Em tempos de crise, abrimos ,"comme il faut",  Embaixada em Tripoli. Profetizaram os mais ingénuos (ou maquievélicos) que o berbere era um homem de uma estirpe diferente de Saddam e que os confrontos musculados da era Regan eram águas passadas.

Rapidamente desvalorizámos o celebre "episódio" das enfermeiras búlgaras e as denúncias de algumas ONGs mais "ousadas" como AI ou a HRW. Os resultados estao à vista. Agora somos todos indignacao e solidariedadezinha para com a populaça que é carne para canhão. Nós e .... outros.

Resta perguntar se Portugal fechou algum negócio decente durante este período. Franceses, alemaes, ingleses e italianos (e ao que tudo indica espanhóis) nao se terao saído mal de todo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Visita relampago de Merkel a Madrid

A chanceler alema esteve em Madrid (durante seis horas), para dar a sua bencao aos trabalhos de engenharia financeira levados a cabo por Zapatero. Aparentemente, afagou a cabeca do agastado PM espanhol. Diz-nos ainda o El PAIS que o PM frances também escreveu a Zapatero a felicitá-lo pela coragem das suas medidas. Terá enviado alguma carta a Lisboa?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Visto de aqui




As eleições presidenciais, e a campanha ficcional que a antencedeu, foi amorfa. Quase nos fizeram querer que vivemos num país com regime presidencialista. Sonhei que durante a noite eleitoral o Dr. Soares estaria na sua Fundação. de roupão de seda, pantufas de carneira e a fazer zapping televisivo.No meu sonho, Soares deliciava-se com um possível desaíre eleitoral por parte do seu velho ex-amigo, ex-compagnon de route, M. Alegre (com arma em punho e perdizes penduradas na cartucheira) - cai, poeta, cai!
 enquanto A. Barroso fazia transferencias online para a AMI.    De repente acordei e vi Portas a elogiar as qualidades do candidato Cavaco Silva.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Espanha continua em "Estado de Alarme"

O Governo de Zapatero mantém o Estado de alarme até ao final da quadra natalícia. Desta forma, pretende evitar a repeticao do recente caos que se viveu um pouco por toda a Espanha. 

Nos termos da Constituição espanhola sobre o “estado de alarme”, caso um trabalhador não cumpra as suas funções ou não compareça ao trabalho, é acusado de um delito de desobediência tipificado no Código Penal Militar com pena de oito a 12 anos de prisão. Como é sabido, o “estado de alarme”, previsto para situações de catástrofe, nunca fora até hoje utilizado.

Resta saber o que fará o Governo espanhol quando se voltar a confrontar com situacoes similares. O recurso a esta medida excepcional - que nunca fora até hoje utilizado na vizinha Espanha - por um perído de tempo extenso, e com carácter preventivo, fragiliza a credibilidade do Estado.

Farinas e o Prémio Sakharov

O Parlamento Europeu atribuiu recentemente o Prémio Sakharov 2010 para a Liberdade de Pensamento ao dissidente cubano Guillermo Fariñas.

Nomeado em representação de todos os que lutam pelos direitos humanos  em Cuba, o psicólogo, jornalista e dissidente político de 48 anos fez 23 greves de fome ao longo dos anos, como forma de protesto contra o regime cubano.

Vale a pena ler a entrevista e escutar a mensagem do laureado Guillermos Farinas, que se recusou a aceitar um exílio em Espanha com canas e tapas.  Lamentavelmente foi impedido pelas autoridades cubanas de deslocar-se a Bruxelas para receber o Prémio. Em Havana nada de novo.
.
The quiet determination of Guillermo Fariñas was evident in an
interview conducted by phone on Monday evening. He was unable to come
to Europe to receive the Parliament's Sakharov Prize for Freedom of
Thought as the Cuban authorities are still barring the winner from
leaving the country. Instead, a symbolic empty chair marked the spot.
He spoke to us of his resolve to oppose Cuba's government regardless
of the personal sacrifice that may involve. He also urged the EU to
hold firm and take a tough stand against the regime. Mr Fariñas spoke
of his unwillingness to seek exile in Spain as his "battle" for
freedom lies in Cuba.

How do you feel about being awarded the Sakharov Prize and following
in the footsteps of Nelson Mandela and Aung San Suu Kyi?

I feel very committed, especially about my country and my fatherland.
I feel a great responsibility in receiving this prize.

Why did you choose the hunger strike as a tool of protest?

I turn to this method only if I have no other choice, because my
health has deteriorated badly.  I have a thrombosis on the left side
of my body, so if I am forced to go on hunger strike, I will have
little chance of surviving. Nevertheless if the regime's repression
brings me to an unbearable situation, it doesn't leave me much choice
but to die with the most dignity possible.

Do you think the EU should change its policy towards Cuba?

No, but I believe that the EU should toughen its policy. In
particular, it should maintain its common position and not negotiate
with a government that has already betrayed it. Remember that in the
past it made commitments to the EU, before it received economic help
from Venezuela, and began to improve human rights.

Then, just as Chavez's regime emerged, the Cuban government left
negotiations with the EU and held to its autocratic position. I think
that the EU should not fall into the same trap again and listen to the
siren song of the Cuban government that they need time to change, but
look for a series of objectives and say: "if you don't keep your
promises, we will not negotiate with you".

You are the third Cuban to receive the Sakharov Prize in the past
eight years. Do you think the previous awards changed the political
situation in Cuba?

I think so. I believe that in the case of Oswaldo Payá, it forced the
government to acknowledge that they did not respect their own laws or
the Constitution. It was very important because, until that moment,
this had never happened publicly. This showed the world that the Cuban
government does not even obey its own laws, not to mention
international law.

Regarding the other winner, "Ladies in White", the situation changed
because after the wave of repression in 2003, the dissident movement
was paralysed, especially the peaceful actions taking place in the
street, so the Ladies in White established a pattern with their pain.
Therefore, I think those were very important awards because they
revived and reactivated the opposition movement, which with one blow,
in three days, had been reduced to immobility. Ladies in White laid
the foundation so that despite the injustices, despite threats,
despite the exiles, people were no longer afraid.

What does the Sakharov Prize mean for you?

The main significance of this award is that for the first time the
Cuban government, despite its manoeuvres to get the support of the
Spanish government - and to some extent - the Holy See, was forced to
cede on a humanitarian basis to internal factors, something that had
never occurred before. The government always tries to show that its
conflicts do not have anything to do with its own people, but with
other countries or blocs. In this case, the imminence of my own death,
and the international condemnation of Orlando Zapata's death, put the
government in a very difficult position. Then, a fairly credible
mediator such as the Catholic Church had to come and try to soften the
discredit towards the Cuban state.

Why did you reject the option of exile in Spain?

I won't go to Spain or anywhere else. I do not aspire to be exiled
under any circumstances. I respect all my brothers who decide to
follow this path, but I believe that we have to battle here. God
willing, I will stay alive; God willing, I will not be killed by the
minions of the Castro dictatorship. But I think we have to battle
here, since - speaking in military terms - the main hub is here, in
Cuba.


http://www.europarl.europa.eu/eplive/expert/multimedia/20101215MLT10288/media_20101215MLT10288.mp3

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ir passar o Natal a Lisboa

Nos anos 70-80, quando me deslocava a Tomar para visitar os meus Avós, quer por altura do Natal, quer durante as intermináveis "férias grandes", o facto de virmos de "Lisboa" acrescentava-nos algum estatuto junto de amigos e conhecidos locais.

Para além da maneira de vestir, achavam eles que nós pertenciamos a uma espécie de iluminados citadinos, bafejados pela sorte e completamente alheios às dificuldades e saberes da dureza do trabalho do campo ou do trabalho fabril. Estou certo que para muitos deles, Lisboa seria uma espécie de Nova Iorque ibérica.

Com a meninas da aldeia (ou visitantes), o estatuto citadino tinha peso. Mas quando brincávamos aos indíos e cowboys (eram os tempos do Bonanza e dos Pequenos Vagabundos) só nos impunhamos junto dos nossos amigos se demonstrassemos maior rapidez, "inteligëncia" e capacidade de lideranca. Saltar da ponte do Nabao era um rito iniciático sem escapatória. Também tinhamos que ser bom copo e alinhar nos ataques nocturnos a hortas e pomares, onde invariávelmente enfrentávamos um zeloso pequeno proprietário devidamente equipado com o traje da guerra colonial e com uma "fusca" enferrujada .

Sempre que possível, passeávamos pela Aldeia com o monte de pardais ao cinto (derrubados a tiro de pressao-de-ar) ou com um balde cheio de barbos de grandes bigodes. Eramos uma espécie de "Pequenos Vagabundos", avessos a todo e qualquer trejeito do chamado "menino copo de leite".

Eu e o meu cla, adorávamos assistir à matanca do porco, decapitacao de galos e galinhas. Sempre que alguma generosa nos emprestava o seu burro ou mula, faziamos corridas a galope com os animais quase a entrarem em colapso cardíaco.

Lembro-me ainda que existia um código de honra na Póvoa: nós e os nossos amigos nunca nos agrediamos, ou melhor ....nunca andávamos à porrada.  Brincávamos com fisgas e "à pedrada" - uma verdadeira selvajaria-  isso sim, mas até isso tinha regras. A violëncia em estado puro ficava sempre dentro das quatro linhas de um campo de futebol improvisado.

O meu abraco aos Senhores da Guerra:  Manel Alberto,  Zé Papo-seco, Xico Cadaval, Firmino, Casimiro, Cëmeas, Toni, Zé Preto.

Hoje preparo a minha mala para ir passar o Natal a Lisboa. Num meio profissional diversificado e com forte concorrëncia, a naturalidade e nacionalidade de cada um pouco importa. Sobrevivem os fortes e os fracos ficam pelo caminho. O que estudou em Oxford ou Cambridge morre na praia se, por ventura, nao tiver as "skills" apropriadas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Bernard Prince

Nos anos 70 e 80 deliciei-me com as aventuras de Bernard Prince, um herói clássico da BD (revista Tintim). Nas minhas incursoes à feira do livro tinha direito a abastecer-me com alguns exemplares deste ex-agente da Interporl de cabelo grisallho, acompanhado pelos dois tripulantes do Cormoran, Barney Jordan e o orfao Djinn.  Infelizmente todos os meus livros de BD desapareceram numa mudanca de casa. Comprei há dias alguns exemplares do Prince em Bruxelas. Passados mais de vinte anos, continuo a deliciar-me com as aventuras franco-belgas de Greg e Herman.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

De lá para cá.


Ficamos na Gare de Bruxelas, de pescoço esticado, enquanto cidades invisíveis descrevem movimentos circulares diante dos nossos olhos.







sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Um dos meus favoritos

Baaria



Mais um Tornatore. Afinal de contas os comunistas nao comem criancas ao pequeno almoco, vestem-se de forma elegante e também se apaixonam. Um filme que cria uma vontade imensa de visitar e conhecer a Sicília.

Um homem do preto e branco e de "L'instant présent"

Por mero acaso, entrei na galeria de Nicolas Springael, situada na rue Blaes straat, 136, em Bruxelas. Nicolas é um apaixonado pelas viagens e pela fotografia.

Muitos dos seus trabalhos e dos seus livros  estao expostos e podem ser adquiridos a precos..."acessiveis". Durante a semana Nicolas trabalha num escritório e só aos fds abre as portas da galeria "L' ínstant Présent". Reparei que também emolduram trabalhos fotográficos. Falámos um poucos das suas viagens: India, Cambodja, Islandia, Chile, Islandia, Escocia e, mais recentemente, Namibia.

Deixo aqui a web page http://www.nicolasspringael.be/

quinta-feira, 29 de julho de 2010

EU foreign ministers approve diplomatic service

Parece que é desta. E agora? Alguma Embaixada para fechar?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Deverei estar preocupado?

Querido diário, o médico que irá trazer ao mundo o meu primeiro filho é igual ao Dr. Emmett Brown, do Back to the Future . No seu consultório vi um casaco de cabedal pousado numa cadeira, mas nao sei se conduz um De Lorean dos que às 88 mph (140 km/h), activam o capacitor de fluxos que usa plutónio para produzir uma energia elétrica de 1,21 GW. Nenhum vestígio do cao Einstein. Senti-me um verdadeiro Macfly neste primeiro encontro. Deverei estar preocupado?

domingo, 25 de julho de 2010

sábado, 24 de julho de 2010

Frases memoráveis

Na celebração do 10 º aniversário de liderança do PSOE o PM espanhola teve esta tirada:

"Estamos mejor de lo que parece y lo vais a vivir".

Sócrates lê o El Pais?

Estilhaços kosovares

Na passada Quinta-feira, o Tribunal Intermacional de Haia deu o seu aval à independência do Kosovo. Em pouca palavras, veio dizer que a proclamação da independência por parte deste micro-território balcânico, em Fevereiro de 2008, não está em contradição com o Direito Internacional, porque a mesma se registou num contexto de violação dos direitos humanos.
O que poderia assemelhar-se a uma pequena nota de rodapé na época estival, terá consequências significativas para a Europa e para o Mundo. Até ao momento, apenas 69 Estados  reconheceram a independência do Kosovo. Mas é provável que se venha a acelerar o processo de admissão nas NU. E tudo isto graças ao alto patrocínio dos EUA.
China, Rússia e Índia opõem-se, por razões domésticas, a este processo. Na Europa, a Espanha figura entre os princípais resistentes a este processo. Zapatero já veio a público dizer que se trata de um caso singular, cuja independência se fica a dever à limpeza étnica e a uma guerra sangrenta. Mas Lady Ashton, que se está nas tintas para as dores de parto ibéricas, referiu que o único caminho que se apresenta pela frente para o Kosovo e Sérvia será a entrada na U.E.
Os nacionalistas catalães vacticinaram de imediato que esta decisão do Tribunal de Haia será a chave para a sua independência. Creio que o mesmo se aplicará a outras regiões europeias, para quem esta decisão "cai que nem ginjas".
Quem já passou por Pristina e pelo Kosovo, sabe que este Estado é uma micro-ficção: ausência de líderes políticos, corrupção ao mais alto nível, traficos de toda a ordem (a mim disseram-me que com 1000 USD me arranjavam tudo o que eu pudesse imaginar),  60% de desemprego, economias paralelas, ausência de  infraestruturas...
Dentro de alguns anos veremos os estilhaços produzidos por este momento "histórico".

domingo, 11 de julho de 2010

Final do Campeonanto do Mundo de Futebol

Aqui em casa iniciam-se os preparativos para o Espanha x Holanda.  Desta vez estarei a torcer pela "Nação invertebrada".

Acabo de ler no "El Pais" que a Catalunha saiu à rua, em sinal de protesto contra a decisão do Tribunal Constitucional que põe travão às aspirações nacionalistas. Eles sabem que são uma Nação, mas calma lá com os atrevimentos! Alguns dos cartazes que desfilaram pela manifestação falam por si: "UE = 27+1 (Cataluna) = 28". Ao que parece, desde 1977 que não se via tanta gente nas "calles"..

Moratinos chega de Havana como um "triunfador" no processo de libertação de dissidentes cubanos (estara a preparar a sua saída do MAE?) e Sarkozhy vive momentos de angústia, com a descoberta de alegados financiamentos ilicitos de campanhas.

Sim, vou ver a final do Campeonato de Futebol.